Pés diabéticos, estão em risco de desenvolver problemas sérios nos pés pelo fato de apresentarem alterações inerentes à doença.
As alterações do aporte sanguíneo e as alterações degenerativas dos pés e das pernas diminuem a habilidade de lutar contra as infecções. Estes factores em conjunto, contribuem para a diminuição da capacidade de cicatrização de feridas. Consultas de rotina são vitais para a saúde dos pés do diabético.
O objetivo do podólogo para o tratamento no pé diabético é reduzir as incidências de problemas graves, oferecer ao paciente condições de conviver pacificamente com essa patologia.
Essa palavra DIABETES MELLITUS originou-se do grego e do latim: DIABETES (líquido que passa por um sifão) e MELLITUS (mel). Tal expressão pode ser traduzida por "urinar muito doce", ou seja, a vulgo DIABETES.
É uma disfunção causada pela falta de insulina, ou pela diminuição na produção ou ainda pela incapacidade em exercer suas funções, provocando o aumento da glicemia (açúcar no sangue).
Para entendermos melhor o diabetes, é preciso conhecer a função do açúcar e da insulina em nosso organismo. Nós necessitamos de um "combustível": é o açúcar que gera energia para o nosso organismo funcionar, mas isso só ocorre se houver a insulina. Portanto, a função da insulina é garantir a entrada de glicose nas células para a produção de energia.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, uma glândula que fica no abdômem entre o estômago e a coluna vertebral. Quando nos alimentamos, ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar).
Esta glicose é absorvida no intestino, entra na corrente sanguínea e, com a ajuda da insulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir o funcionamento do organismo.
PÉS DIABÉTICOS
O portador de diabetes há alguns anos, é mais vulnerável a infecções nos pés. Estes 3 fatores:
- Neuropatia;
- Angiopatia e
- Infecção,
constituem a tríade mais frequente do pé diabético. O pé diabético pode ser causado, exclusivamente, por apenas um dos fatores mencionados, mas a neuropatia é o mais frequente.
NEUROPATIA: morte prematura dos neurônios periféricos (diminuição da sensibilidade ao calor, ao toque e a dor)
ANGIOPATIA: doença dos vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares)
INFECÇÃO: é preocupante qualquer lesão em pé diabético.
POR QUE O DIABÉTICO É MAIS PREDISPOSTO À INFECÇÃO NOS PÉS?
- devido à má oxigenação dos tecidos, decorrente da circulação sanguínea deficiente e da dimuinuição das defesas protetoras. A microangiopatia e a neuropatia, fazem com que o diabético esteja mais predisposto à infecção do que outras pessoas. A infecção no pé pode invadir facilmente os tecidos vizinhos atingindo também os ossos levando a osteomielite e causando deformações ósseas, causando a gangrena que pode ocorrer pela falta de circulação, devido à infecção ou ambas, pois foi causada pela obstrução dos pequenos vasos digitais. Pode ocorrer também pela falta de circulação sanguínea em um grande vaso da coxa ou da perna, devido a sua obstrução. A gangrena se manifesta, inicialmente por palidez e vermelhidão da pele afetada e tem um mau cheiro característico. As úlceras ocorrem abaixo da cabeça do metatarso ou nas áreas de maior pressão. Este aumento de pressão leva à formação dos calos e posterior ulceração.
COMO SE IDENTIFICA/DEFINE UM PÉ DIABÉTICO?
- a perda da sensibilidade protetora dos pés,
- a presença de ulcerações em diferentes estágios evolutivos,
- deformidades,
- infecções,
- amputações e também
- o comprometimento vascular periférico.
Orienta-se ao portador do pé diabético:
1 - examinar seus pés diariamente. Se tiver alguma dificuldade, utilize um espelho ou peça ajuda a um familiar ou amigo que o examine. Verifique a cor, temperatura e sinais de pressão. A compressão efetuada com os dedos, provocando uma isquemia (deficiência da chegada de sangue a uma determinada área do pé), localizada, é possível averiguar a microcirculação dos pés.
- Até 2 segundos é normal / considera-se pouco risco
- De 3 a 5 segundos é regular/ considera-se médio risco
- De 6 a 9 segundos é preocupante / considera-se grande risco
- Acima de 10 segundos é grave / Não arrisque-se a deixar qualquer profissional tocar em seu pé.
2 - Se seu pé apresentar calos, fissuras (rachaduras), frieiras, alterações de cor ou úlceras (feridas), mesmo que não provoque dor, você deve considerar como um sinal de alerta. Procure o profissional qualificado. Não manipule por si, nem deixe que outra pessoa manipulem calosidades, calos e aunhas encravadas, que por ventura apareçam nos seus pés. Essas podopatias (doenças nos pés) surgem por apoio inadequado, o que deve ser visto e analisado por um profissional qualificado.
3 - Vista sempre meias limpas e macias. Devem ser folgadas e de preferência de algodão de cor branca, sem costuras rígidas. Devem ser bem enxaguadas e trocadas diariamente. Caso tenha costuras, usá-las do lado avesso.
4 - Evite andar descalço, mesmo na sua residência, pois pequenos traumas podem resultar em feridas principalmente em terrenos abrasivos, e sob sol forte, (poderá queimar a planta dos pés em terrenos quentes). Na praia, use chinelos e quando voltar, lave bem os pés conforme o recomendado.
5 - Lave seus pés diariamente, com água morna e sabonete anti-séptico, porém o melhor a ser usado é o sabonete neutro de glicerina. Evite água quente e enxugue bem espaços interdigitais (entre os dedos).
6 - Após lavar os pés use um hidratante, mas não aplique entre os dedos. Procure sempre manter a pele hidratada, através do uso constante de cremes hidratantes apropriados. Evite aqueles com uréia
7 - Use calçados confortáveis. Compre-os, de preferência no período da tarde, pois seus pés estarão mais inchados. Use de preferência sapatos de couro fino, sola maleável, sem costuras internas. Procure calçados um pouco maiores que o habitual (1 número a mais) e, ao experimentá-los, veja se todos os dedos estão movendo-se dentro dos calçados, para que fiquem bem confortáveis. Comece usando-o poucas horas por dia, até que esteja perfeitamente acostumado.
As palmilhas especiais são de grande utilidade por distribuírem o peso do seu corpo por toda a superfície plantar, e não apenas em três pontos, evitando as calosidades plantares.
Não se auto medicar utilizando produtos ácidos sobre os calos (aspirinas, AAS, melhoral calicidas, alho...etc), pois tais produtos provocam lesão tecidual que pode até ficarem mais graves.
Corte as unhas sempre em ângulo reto e lixe delicadamente. Se tiver dificuldades, vá a um podólogo qualificado ou a equipe de saúde de diabetes.
Se tiver alguma dúvida, procure um podólogo, pois, ele te ajudará.
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